sexta-feira, 4 de julho de 2008

A história do preto



Por Larissa Ferreira

Até os anos 20, as jovens eram proibidas de usar preto. E as senhoras, apenas o usavam em períodos de luto. Aclamado desde o seu “nascimento”, em 1926, - época em que a “Vogue” lançou uma publicação com um modelo criado por Channel - o preto se tornou um coringa no guarda-roupa. Além de ser considerado como a cor do pecado e do sobrenatural, do ascetismo, do luto e dos góticos.

Durante a década de 30, entre a quebra da bolsa de Nova York e a 2ª Guerra Mundial, o preto começou a ganhar espaço. Principalmente pelo fato das mulheres começaram a trabalhar fora de casa; o que exigiu roupas mais sóbrias e sérias.

No ano em que o estilista francês Christian Dior lançou seu new look (em 1947), o preto se transformou em um novo estilo de roupa. Mas, a partir da década de 60, tornou-se realmente famoso; ainda mais depois de um “pretinho básico” chique, usado por Jacqueline Kennedy, ou um elegante e feminino, usado por Audrey Hepburn, no filme "Bonequinha de Luxo", de 1961.

Peça fundamental em ambientes dramáticos representou muito bem “Hamlet e Horácio”, as femme fatale, os romances góticos e os filmes noirs.

Encontrado nos modelos dos melhores (e piores) estilistas, o preto é, pelo menos para Christian Lacroix, “o início de tudo, o ponto de partida, a silhueta, o recipiente – e depois o conteúdo”.

Depois de toda a psicodelia dos anos 70, o “pretinho básico” disputou poder com os homens durante os anos 80. E, em seguida, durante os anos 90, deixou de ser tão básico assim. Novos tecidos e novos modelos (do mais simples ao mais sofisticado), contribuíram para o preto se tornar o grande clássico.

Sensual e sóbrio. Chique e ousado. Jovial e modesto. Perfeito, misterioso e ardente. E assim como a noite, irresistível.

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